A corrida do ouro
O Brasil passou por sensíveis transformações em função da mineração. A partir da descoberta da mina de ouro por Antônio Rodrigues Arzão, anos seguintes, foram descobertas novas minas de ouro, como as de Vila Rica, hoje Ouro Preto.
Assim que a notícia da mina de ouro se espalhou, afluíram ao sertão mineiro milhares de pessoas das mais diversas, atraídas pela ideia de enriquecimento fácil.
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Imagem de J. M. Rugendas que retrata a mina de ouro. |
Guerra dos Emboabas
Nos primeiros anos de mineração, ninguém se preocupava em plantar ou criar. Com isso a região, passou por várias crises de fome. Mas, com o tempo a população começou a plantar roças de milho e feijão e criar porcos e galinhas. E, usando o ouro como moeda, passou a comprar de outras regiões aquilo que necessitavam.
A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a 1709, pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro, na região das Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs, de um lado, os desbravadores vicentinos, grupo formado pelos bandeirantes paulistas, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam a exclusividade de explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses metropolitanos e migrantes das demais partes do Brasil, sobretudo da Bahia, liderados por Manuel Nunes Viana. Os portugueses calçavam botas altas e por isso foram apelidados pelos paulistas de emboabas, palavra de origem tupi que significa “aves de pés emplumados”. Esse conflito terminou com a vitória dos emboabas. O líder emboaba, o comerciante português Manuel Nunes Viana, ficou aclamado governador, e a capitania do Rio de Janeiro foi separada da se São Paulo e Minas e para melhorar, controlar a população, o Governador fundou vilas nos povoados mais populosos.
Colonização da América Portuguesa - Pau-Brasil!
Na América espanhola os espanhóis encontravam desde o início da conquista a possibilidade da exploração de dois grandes impérios, além é claro dos metais preciosos. Na América portuguesa, por sua vez, inexistiam metais preciosos ou povos organizados de tal forma que possibilitasse a sua imediata integração ao comércio metropolitano. Por outro lado, os portugueses estavam mais interessados no lucrativo comércio de especiarias com as Índias; a título de exemplo,a primeira viagem de Vasco da Gama para as Índias rendeu um lucro fabuloso de nada menos que 6000%.
Por esses motivos, apesar de Pedro Alvares Cabral ter desembarcado nas “terras dos papagaios” em 1500.
não existiu uma efetiva colonização do território nas primeiras
décadas do século XVI. Contudo, se por um lado não se estabeleceu os elementos que caracterizam o domínio dos povos e do território, e a efetiva colonização, por outro, os portugueses encontraram algo que poderia ser explorado com grande sucesso: o pau-brasil.
A madeira do pau-brasil era utilizada para produzir um corante de tecidos, além de móveis, e navios. Interessada nos lucros provenientes da madeira, a coroa portuguesa decretou o monopólio da exploração, concedendo licenças para o comércio da madeira, donde aferia grandes lucros. Os indígenas eram responsáveis pelo corte e pelo transporte das toras, muitas vezes por longas distâncias; em compensação pelo trabalho que efetuavam, os indígenas recebiam por meio do escambo objetos, como espelhos, colares, facas, machados. De forma extremamente predatória, calcula-se que por ano eram extraídas cerca de 300 toneladas de pau-brasil.
Cabe uma ressalva fundamental: muito mais que quinquilharias, esses objetos diziam respeito a avanços tecnológicos fantásticos para a população indígena, que não dominava a escrita, o metal e nem mesmo a roda. Uma machadinha européia era para um indígena um instrumento fascinante, algo inconcebível para a sua cultura, uma aquisição cultural e tecnológica sem precedentes. Até mesmo a domesticação de animais era impraticável no Brasil. Se a exuberância da flora e fauna brasileira certamente causou perplexidade nos europeus, igualmente é verdade que um cachorro – domesticado a milhares de anos por asiáticos e depois europeus – também causou assombro grande interesse por parte dos indígenas.
Apesar de não se comparar com o extraordinário lucro que os portugueses conseguiam com o comércio com as Índias Orientais, a extração do pau-brasil consistiu em uma atividade importante nos primeiros tempos de exploração da América portuguesa. Prova disso é a tentativa da França estabelecer relações com os indígenas da América do Sul e explorar a madeira.
As imagens abaixo ilustram a exploração do pau-brasil. Na primeira temos um mapa do Brasil, de 1519, ilustrando a exploração da madeira. Na segunda gravura de André Thevet de 1575, além da exploração da madeira, pode se ver uma real e imaginável flora e fauna brasileira.
http://imagohistoria.blogspot.com.br/2009/11/colonizacao-da-america-portuguesa-pau.html
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