terça-feira, 26 de abril de 2016

O ouro!




Colônia e metrópole: uma relação em crise
A corrida do ouro criou uma sociedade diferente na região das minas e mudou a relação de Portugal com a América portuguesa. Você vai ver que havia grande quantidade de mestiços e negros convivendo lado a lado com fazendeiros, comerciantes e mineradores. Além disso, saberá que a riqueza da região financiou obras de arte que, hoje, são patrimônios da humanidade.

O santo do pau oco


Era usado para esconder o ouro dos feitores, para a compra da liberdade dos escravos.

As minas!

A Sociedade Mineradora

A corrida do ouro 



     O Brasil passou por sensíveis transformações em função da mineração. A partir da descoberta da mina de ouro por Antônio Rodrigues Arzão, anos seguintes, foram descobertas novas minas de ouro, como as de Vila Rica, hoje Ouro Preto.
     Assim que a notícia da mina de ouro se espalhou, afluíram ao sertão mineiro milhares de pessoas das mais diversas, atraídas pela ideia de enriquecimento fácil.

Imagem de J. M. Rugendas que retrata a mina de ouro.

Guerra dos Emboabas 

               

     Nos primeiros anos de mineração, ninguém se preocupava em plantar ou criar. Com isso a região, passou por várias crises de fome. Mas, com o tempo a população começou a plantar roças de milho e feijão e criar porcos e galinhas. E, usando o ouro como moeda, passou a comprar de outras regiões aquilo que necessitavam.
     A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a 1709, pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro, na região das Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs, de um lado, os desbravadores vicentinos, grupo formado pelos bandeirantes paulistas, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam a exclusividade de explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses metropolitanos e migrantes das demais partes do Brasil, sobretudo da Bahia, liderados por Manuel Nunes Viana. Os portugueses calçavam botas altas e por isso foram apelidados pelos paulistas de emboabas, palavra de origem tupi que significa “aves de pés emplumados”. Esse conflito terminou com a vitória dos emboabas. O líder emboaba, o comerciante português Manuel Nunes Viana, ficou aclamado governador, e a capitania do Rio de Janeiro foi separada da se São Paulo e Minas e para melhorar, controlar a população, o Governador fundou vilas nos povoados mais populosos.


Guerra dos Emboabas.


Com isso a Guerra dos Emboabas levou a sérias, nos quais:

· Regulamentação da distribuição de lavras entre emboabas e paulistas.

· Regulamentação da cobrança do quinto.

· Cisão da Capitania de São Vicente em Capitania de São Paulo e Minas de Ouro e Capitania do Rio de Janeiro, ligadas diretamente à Coroa em (03 de novembro de 1709).

· São Paulo deixa de ser vila, tornando-se cidade

· Acabam as guerras na região das minas, com a metrópole assumindo o controle administrativo da região.

· A derrota dos paulistas fez com que alguns deles fossem para o oeste onde, anos mais tarde, descobririam novas jazidas de ouro nos atuais estados do Mato Grosso do Sul, Matos e Goiás.

· A produção de ouro após o fim da guerra aumenta de tal modo via migração, que Minas Gerais tornam-se a região mais rica do Brasil da época.

Controle sobre o ouro


  

     Iniciada a mineração, o rei de Portugal criou a Intendência das Minas um órgão encarregado de controlar a exploração do ouro, cobrar impostos e julgar crimes praticados na região. Passada a fase inicial da exploração do ouro, passou-se a investir em novas técnicas de extração.


Impostos


     A Intendência criou e cobrava pesados impostos: impostos sobre homens livres e escravizados, sobre tecidos, ferramentas, genros agrícolas e, é claro, sobre o ouro. Tendo o mais importante deles foi o quinto Quinto (era um imposto cobrado pela Coroa portuguesa sobre o ouro encontrado em suas colônias; correspondia a 20% do metal extraído e era registrado em "certificados de recolhimento" pelas casas de fundição). A cobrança era feita, sobretudo, nas estradas que ligavam Minas Gerais ao Rio de Janeiro, a São Paulo e à Bahia, sempre policiadas por soldados (dragões do Regimento das Minas).


Imagem de J. M. Rugendas, onde vê-se a representação de uma lavra,  um tipo de exploração de ouro feitas em grandes jazidas com mão de obra escrava 



Revolta de Vila Rica 


    O contrabando de ouro aumentava, e o governo português apertava o cerco. Para dificultar o desvio, em 1719 criou as Casas de Fundição, locais onde o ouro era transformado em barras, selado e quitado. Das casas de Fundição, o ouro seguia para a Provedoria da Fazenda Real, de onde era levado para o Rio de Janeiro.
Barra de ouro quitado, 1811



   A criação das casas de fundição aumentou a insatisfação das pessoas, e acabou ocasionando uma revolta em Vila Rica, em 1720. As principais exigências dos rebeldes foram:

· A redução do preço dos alimentos;
· A anulação do decreto que criava as casas de fundição.

     Liderada por Filipe dos Santos, a revolta contou com a participação de vários integrantes do povo (principalmente pessoas mais pobres e da classe média de Vila Rica). Os revoltosos pegaram em armas e ocuparam alguns pontos de Vila Rica. Após chamar os revoltosos para negociar, o governador ordenou a prisão de todos que participaram da revolta. Para aumentar seu controle sobre a Colônia, o rei separou Minas Gerais de São Paulo, criando em 1720 a capitania de Minas Gerais.


Representação da morte de Felipe Santos.


O controle sobre os diamantes 





      No Arraial do Tijuco, assim que o rei soube da existência de diamantes, mandou expulsar os antigos moradores do local, dividiu as terras em lotes, separou para si o lote em que havia uma grande mina e leiloou os demais entre os homens brancos da região. Para administrar e policiar a área criou a Intendência dos Diamantes. Em 1739, o rei de Portugal arrendou a extração de diamantes a contratadores – homens que recebiam o direito de explorar as valiosas pedras em troca de uma parte da riqueza. Posteriormente, em 1771, o governo português acusou os contratadores de enriquecimento elícito e reassumiu o controle total sobre os diamantes.


A sociedade mineradora


     A população de Minas Gerais, em 1776, era composta de 70.169 brancos, 82.000 pardos e 167.000 negros. Observe o gráfico:




Os ricos



     Na região mineradora, as maiores fortunas pertenciam quase sempre aos grandes comerciantes, e não aos donos de minas. Os tropeiros, homens que comerciavam mulas, cavalos e gado de corte, também conseguiram prosperar, chegando a se destacar na sociedade mineira.     Já entre os donos de minas, foram poucos ao que enriqueceram. O motivo é simples: boa parte do que ganhavam servia ao pagamento de impostos ou eram gastos com a compra de mão de obra e de artigos importados como ferramentas, vinhos, tecidos, trigo, queijos e doces.

As camadas médias


     Em Minas Gerais, no século XVIII, houve um crescimento também das camadas médias: artesãos, profissionais liberais, padres, garimpeiros, donos de vendas e roceiros.


Gravura de Charles Landseer retrata tropeiro descansando junto à sua carga.


Os homens livres pobres


      Nas capitanias do ouro vivia também um grande numero de homens livres pobres. Eles perambulavam pelos arraiais pedindo esmola e comida, brigando nas vendas ou praticando pequenos furtos; moravam em casebres que dividiam com outros marginalizados ou com mulheres igualmente pobres. No qual serviam para as autoridades para fazer serviços pesados ou perigosos.





Os escravizados


            

    O dia a dia dos escravizados nas regiões mineiras era particularmente difícil. Não realizavam tarefas ligadas à mineração. Também transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casas e chafarizes, comerciavam pelas ruas e lavras.

     Como se vê, a sociedade do ouro premiou a poucos e castigou a maioria. Os habitantes da Minas, porem, não se calaram diante da escravidão, da pesada rede de impostos e de outras violências a que foram submetidos. Resistiam a tudo isso desobedecendo em silêncio, promovendo revoltas, desviando ouro e diamantes, reclamando à Justiça, fugindo para a mata e formando quilombos.


Quadro de Tarsila do Amaral que mostra escravos trabalhando na mineração.

Colonização da América Portuguesa - Pau-Brasil!

Na América espanhola os espanhóis encontravam desde o início da conquista a possibilidade da exploração de dois grandes impérios, além é claro dos metais preciosos. Na América portuguesa, por sua vez, inexistiam metais preciosos ou povos organizados de tal forma que possibilitasse a sua imediata integração ao comércio metropolitano. Por outro lado, os portugueses estavam mais interessados no lucrativo comércio de especiarias com as Índias; a título de exemplo,a primeira viagem de Vasco da Gama para as Índias rendeu um lucro fabuloso de nada menos que 6000%. 

Por esses motivos, apesar de Pedro Alvares Cabral ter desembarcado nas “terras dos papagaios” em 1500.

não existiu uma efetiva colonização do território nas primeiras 

décadas do século XVI. Contudo, se por um lado não se estabeleceu os elementos que caracterizam o domínio dos povos e do território, e a efetiva colonização, por outro, os portugueses encontraram algo que poderia ser explorado com grande sucesso: o pau-brasil. 

A madeira do pau-brasil era utilizada para produzir um corante de tecidos, além de móveis, e navios. Interessada nos lucros provenientes da madeira, a coroa portuguesa decretou o monopólio da exploração, concedendo licenças para o comércio da madeira, donde aferia grandes lucros. Os indígenas eram responsáveis pelo corte e pelo transporte das toras, muitas vezes por longas distâncias; em compensação pelo trabalho que efetuavam, os indígenas recebiam por meio do escambo objetos, como espelhos, colares, facas, machados. De forma extremamente predatória, calcula-se que por ano eram extraídas cerca de 300 toneladas de pau-brasil. 

Cabe uma ressalva fundamental: muito mais que quinquilharias, esses objetos diziam respeito a avanços tecnológicos fantásticos para a população indígena, que não dominava a escrita, o metal e nem mesmo a roda. Uma machadinha européia era para um indígena um instrumento fascinante, algo inconcebível para a sua cultura, uma aquisição cultural e tecnológica sem precedentes. Até mesmo a domesticação de animais era impraticável no Brasil. Se a exuberância da flora e fauna brasileira certamente causou perplexidade nos europeus, igualmente é verdade que um cachorro – domesticado a milhares de anos por asiáticos e depois europeus – também causou assombro grande interesse por parte dos indígenas. 

Apesar de não se comparar com o extraordinário lucro que os portugueses conseguiam com o comércio com as Índias Orientais, a extração do pau-brasil consistiu em uma atividade importante nos primeiros tempos de exploração da América portuguesa. Prova disso é a tentativa da França estabelecer relações com os indígenas da América do Sul e explorar a madeira. 

As imagens abaixo ilustram a exploração do pau-brasil. Na primeira temos um mapa do Brasil, de 1519, ilustrando a exploração da madeira. Na segunda gravura de André Thevet de 1575, além da exploração da madeira, pode se ver uma real e imaginável flora e fauna brasileira.












http://imagohistoria.blogspot.com.br/2009/11/colonizacao-da-america-portuguesa-pau.html

Chegada e colonização portuguesa na América.




Você vai viajar com Pedro Álvares Cabral e Pero Vaz de Caminha. Verá que, com os portugueses, aconteceu a mesma coisa que havia acontecido com os espanhóis: quando eles chegaram à terra onde hoje é o Brasil, pensaram que tinham chegado no paraíso. Além disso, saberá quais foram os primeiros experimentos de ocupação da terra e vai conhecer os motivos que determinaram a efetiva colonização dessa parte portuguesa da América.





Programa de educação mantido pela Fundação Roberto Marinho e pelo sistema FIESP, SESI/SP, SENAI/SP e IRS.

Primeiro contato da frota de Cabral!

A chegada da religião aos povos indígenas!

A colonização!

Chegada dos portugueses a América





O primeiro contato da frota de Cabral!

A Marcha da Colonização da América Portuguesa

  • Até o final do século XVI a população luso-brasileira vivia no litoral. Na época, a locomoção pelo interior era difícil e os indígenas ofereciam dura resistência à ocupação de suas terras (observe o mapa abaixo).


  • Aos poucos a colonização avançou, devido a ação dos soldados, jesuítas e dos criadores de gado.
  • No início da colonização, o litoral brasileiro era frequentemente atacado por piratas franceses, ingleses e holandeses, que na maioria das vezes aliavam-se aos indígenas como no caso dos franceses.
  • Para combater a pirataria, o governo real enviou para o Brasil muitos soldados.
  • Esses soldados ergueram fortes e povoados que deram origem a várias capitais brasileiras. 

OS BANDEIRANTES

  • No início da colonização, o governo português preocupou-se em organizar dois tipos de expedições:
  • ENTRADAS: expedições que partiam de diversos portos brasileiros e entravam pelo sertão a procura de ouro e pedras preciosas, Tiveram pouco sucesso militar.
  • BANDEIRAS: expedições que com organização e disciplina militar que partiram de São Paulo com o objetivo de capturar índios e achar ouro e pedras preciosas.
  • Considera-se três tipos de bandeirismo: Caça ao Índio, Busca de Ouro de Diamantes e Sertanismo de Contrato.


     -Bandeirismos de Caça ao Índio

  • Desde o início da colonização, os paulistas prenderam e escravizaram indígenas.
  • Para conseguir muitos índios de só uma vez, atacavam as missões, deixando um rastro de morte e destruição.
  • As principais bandeiras de caça ao índio, chefiadas por Antônio Raposo Tavavares, destruíram, em apenas dez anos (1628-1638), as missões de Guairá (Paraná), Itatim (Mato Grosso do Sul) e Tape (Rio Grande do Sul).
  • Milhares de índios foram aprisionados e o gado se dispersou.
  
- Bandeirismo de Busca de Ouro e Diamantes

  • No século XVII, uma crise econômica levou o rei de Portugal a escrever aos bandeirantes para que procurassem ouro e pedras preciosas no sertão.
  • Em 1674, Fernão Dias Pais partiu de São Paulo em direção ao sertão mineiro, onde pensou ter encontrado esmeraldas, mas na verdade eram turmalinas, sem nenhum valor na época.
  • A trilha aberta por Fernão Dias serviu para que outras bandeiras, descobrissem ouro no interior do Brasil, merecendo destaque as seguintes bandeiras:
    1. Antônio Rodriges Arzão (Sabará), Minas, 1693.
    2. Pascoal Moreira Cabral (Cuiabá), Mato Grosso, 1719.
    3. Bortolomeu Bueno da Silva (Vila Boa), Goiás, 1725.

-Bandeirismo de Contrato

  • Nos séculos XVII, os bandeirantes também foram contratados por fazendeiros e autoridades para combater índios ou escravos foragidos.
  • Esse tipo de “negócio” entre bandeirantes e os poderosos era chamado de sertanismo de contrato.
  • Uma conhecida bandeira de sertanismo de contrato foia que destruiu o Quilombo dos Palmares, em 1694.

OS JESUÍTAS

  • Eles ergueram grande número de missões no interior do Brasil, a maioria delas localizadas na Amazônia e no Sul.
  • Nessas missões, os índios eram alfabetizados, iniciados no catolicismo e aprendiam a trabalhar.
  • Muitos jesuítas combateram a escravidão indígena.
  • Em 1680, o padre Antônio Vieira, conseguiu que o rei de Portugal aprovasse uma lei proibindo a escravização indígena.
  • Essa lei provocou irritação dos colonos em várias partes do Brasil, especialmente no Estado do Grão-Pará e Maranhão dando origem a Revolta de Beckman.
  • Tudo começou quando o governo de Portugal criou a Cia. De Comércio do Maranhão, que se comprometia em vender escravos, ferramentas e roupas.
  • Porém, a Cia. Não cumpriu o prometido, além de não trazer os escravos, falsificava pesos e medidas.
  • Liderados por Manoel Beckman, os colonos invadiram os armazéns da Cia. De Comércio do Maranhão e o colégio dos jesuítas dando origem á revolta.
  • O governo português enviou tropas para o Maranhão, que reprimiram a revolta punindo severamente os envolvidos.
  • Mas ao mesmo tempo, atendeu ás exigências dos colonos:
  • Exigiu a Cia. do Maranhão
  • Voltou a permitir a escravidão indígena.

  • GADO DO NORDESTE: Introduzidos no Nordeste pelo governador-geral Tomé de Souza, o gado era usado para mover a moenda dos engenhos e transportar cana.
  • Por isso era criado nos próprios engenhos.
  • Aos poucos os rebanhos foram penetrando o interior. O gado tinha a vantagem de se locomover sozinho e sobreviver em regiões áridas.
  • GADO DO SUL: Com a destruição das missões pelos jesuítas, milhares de rebanhos de gados e mulas se dispersaram, dando origem a rebanhos selvagens.
  • Com a descoberta das minas, a região sul foi a principal fornecedora de mulas e gado para a região das minas.
  • Os luso-brasileiros foram avançando pelas terras que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas pertenciam à Espanha.
  • O governo português buscou legalizar o território conquistado por um meio de uma série de acordos internacionais. Os mais importantes:
  • Tratado de Utrecht (1713): Assinado entre Portugal e França. Estabelecia que o Rio Oiapoque, limitaria a fronteira entre Brasil e Guiana Francesa.
  • Tratado de Madri (1750): Assinado entre Portugal e Espanha. A Colônia de Sacramento pertencia à Espanha e Portugal recebia a área de Sete Povos das Missões, no atua Rio Grande do Sul.
  • Tratado de Santo Ildefonso (1777): Assinado entre Portugal e Espanha. Os espanhóis ficavam com o território de Sete Povos das Missões e da Colônia do Sacramento e Portugal recebia de volta partes do Rio Grande do Sul.
  • Tratado de Badajós (1801): Assinado entre Portugal e Espanha. Os portugueses ficavam com o território de Sete Povos e a Espanha com a Colônia de Sacramento. 

Tráfico de escravos!

Trecho do filme Amistad que relata a forma como os escravos eram trazidos à América, assim como no Brasil!

Resistência à Escravidão e Cultura Afro Brasileira!



...Os escravos africanos e seus descendentes, usaram de várias formas de resistência à escravidão. Desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo (nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão o levando à morte), assassinatos, rebeliões, abortos e revoltas organizadas contra os senhores. Mas, uma das formas mais eficazes de resistência foi a preservação da sua cultura.

A escravidão no Brasil

Sem dúvida, um dos mais tristes momentos da nossa história.

Foram os escravos que produziram todas ou quase todas as riquezas da América.
No início, os portugueses, escravizaram os índios, porém com o passar do tempo, foram substituídos pelos africanos.
Alguns estudiosos acham que esta substituição se deu pelo fato dos africanos se adaptarem melhor ao tipo de trabalho realizado na colônia.
É importante ressaltar que o vergonhoso comércio de escravos representou uma excelente alternativa econômica para a Europa e trouxe muitos lucros para os europeus.
A escravidão do negro era mais rentável do que a do índio, por isso valia a pena o alto custo do investimento.
A presença negra na América começou por volta de 1550. O escravo africano era considerado por muitos como simples mercadoria e a escravidão chegou a ser indispensável para o progresso e prosperidade do país. Quando chegavam aqui (nos navios negreiros), eram exibidos para que os compradores pudessem analisá-los. Evitavam comprar escravos da mesma família ou da mesma tribo (pois não queriam rebeliões).
Os escravos viviam em senzalas, onde ficavam presos quando não estavam trabalhando, e eram responsáveis por todo trabalho braçal realizado nas fazendas. Trabalhavam de sol a sol e não tinham quase tempo para descansar.
A vida útil do escravo adulto não passava de 10 anos (por causa da dureza dos trabalhos e precariedade da alimentação) e seus filhos eram seus substitutos.
Qualquer deslize era motivo para as mais horríveis punições. Para fugir de todos estes sofrimentos, alguns escravos se suicidavam; outros, matavam seus feitores e ainda os que fugiam para osquilombos.
Nos quilombos (geralmente localizados em lugares de difícil acesso), os escravos viviam em liberdade, produziam seus alimentos, fabricavam roupas, móveis e instrumentos de trabalho, cultivavam também as crenças, as tradições e os costumes africanos. O adultério, o roubo e o homicídio eram punidos com a pena de morte.
Alguns escravos que não conseguiam chegar até o quilombo, eram capturados no meio do caminho pelos capitães-do-mato que eram remunerados pelo seu trabalho.
Os quilombos estavam espalhados em todo o território colonial, porém, a falta de registros impede que estudiosos descubram mais detalhes sobre eles. Mesmo assim, ainda encontramos comunidades remanescentes de antigos quilombos no interior do Brasil.
O mais famoso de todos os quilombos, chamava-se Palmares e ficava em Alagoas. Esse quilombo possuía aproximadamente 20 ou 30 mil habitantes. Dentre os seus líderes destacava-se Zumbi. Durante o século XVII, vários governos (portugueses e holandeses) quiseram destruí-lo. Foram várias tentativas em 80 anos de conflito, mas Palmares resistia bravamente e chegou a derrotar cerca de 30 expedições enviadas.
Foi somente em 1695 que Palmares foi destruído por completo, com a colaboração do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho que para cumprir a missão se armou com homens preparados e um vasto material bélico.
Zumbi foi capturado um ano depois da destruição de Palmares e foi executado.
Só a partir da Independência (1822) que as pessoas começaram a ter uma consciência antiescravista. Baseado nos ideais iluministas (o pensamento iluminista considerava o homem como a obra mais importante de Deus), muitos achavam que em uma sociedade livre, não havia espaço para a escravidão. Na mesma época (séc. XIX), cresciam as pressões internacionais pelo fim do tráfico negreiro.
Em 1821, a Assembléia Geral aprovou uma lei pela qual os africanos que entrassem no país a partir daquela data seriam livres, mas isso ficou só no papel.
A Inglaterra aboliu a escravatura em 1833 (embora tenha sido o maior país traficante de escravos até o final do século XVIII) e passou a ser uma grande defensora da abolição.
Após a Revolução Industrial, a busca por mercados consumidores mais amplos começou a se intensificar. Era preciso buscar trabalhadores assalariados e como os escravos não recebiam por seus trabalhos e não podiam comprar, a Inglaterra começou a fazer pressão para o fim da escravidão. O Brasil era, naquela época, o maior comprador de escravos, logo esta pressão caiu sobre o nosso país.
Em 1845, foi aprovado o Bill Aberdeen - uma Lei que autorizava a esquadra britânica a prender os navios negreiros e a julgar seus tripulantes. O Brasil protestou, porém, em 1850 (cedendo às pressões inglesas), a Assembléia Geral aprovou a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiria o tráfico negreiro.
A partir de 1860, os manifestos contra a escravidão ficavam cada vez mais intensos, graças à imprensa e a várias campanhas antiescravistas.
Muitos se declararam abolicionistas, como por exemplo, o poeta Castro Alves (Terceira Geração Romântica – Poesia Social), chamado “Poeta dos Escravos”. Ele escreveu as seguintes obras: “Navio Negreiro” e “Vozes d’Africa” e “Os Escravos”.
Em 1865, com a abolição da escravatura nos EUA só restavam dois países com o regime de escravidão: Brasil e Cuba.
A situação se agravou e em 1871 foi assinada a Lei do Ventre Livre declarando que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres.
Em 1885, a Lei dos Sexagenários, declarava libertos todos os escravos acima de 60 anos. Essa Lei foi encarada pelos abolicionistas como uma “brincadeira de mau gosto”, pois a vida útil de um escravo adulto não passava de 10 anos.
No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea que declarava extinta a escravidão no Brasil. Vários fatores causaram a assinatura desta Lei, dentre eles a rebeldia dos escravos e as campanhas abolicionistas.
Embora não existisse mais escravidão no Brasil, os escravos, agora livres, tinham um grande problema pela frente: foram postos em liberdade sem nenhuma garantia de emprego ou qualquer coisa que garantisse a sua sobrevivência.
Tinham ainda que se preocupar com um fator que até hoje os persegue: o preconceito.
Apesar de todos os sofrimentos, é inegável que o negro contribuiu muito para a nossa cultura, além da diversidade étnica, a cada dia que passa comprovamos a presença negra em vários setores: na culinária (feijoada, vatapá, acarajé), na religião (umbanda e candomblé), na música, no vestuário, etc.




http://www.infoescola.com/historia/escravidao-no-brasil/